Eu te
veria
No ato que
sempre só imaginei —
Tua forma
estólida, absorta,
Possuída
De um
saber que livro algum
Jamais te
deu.
Sem tocar teu corpo cântaro
Provaria
O sangue
da tua meditação,
E aquele
rancor sequer perdoado
A um morto
Num amor
rebentaria.
Alheio ao
teu juízo,
Como quem
canta à noite
À boca de
um poço
E pela voz
de um outro
É
correspondido.
Assim eu
revelaria
O teu amor
aos assassinos
Precipitando-se
Num rosto
compassivo
Que me
recebe na hora certa
E permite
Que o meu
pensamento
Penetre o
teu sem relutância
E faça
contigo
Irremediavelmente
O que só
um poeta faz
Com as
palavras.
(Ilustração Yun He by Wangjia )